A globalização da cultura não é algo recente, como se poderia imaginar. Trata-se de um processo que remonta ao início do século XVI, quando os europeus – e, em especial, as monarquias ibéricas – começaram a conectar as "quatro partes do mundo", como observou o historiador Serge Gruzinski.
A partir do final do século XVIII e ao longo do XIX, modificações técnicas, como a ampliação da rede ferroviária européia e a crescente facilidade nos transportes marítimos, estreitaram as relações entre as diferentes partes do globo.
Os livros, os impressos e os espetáculos tiveram parte importante neste processo, criando uma especial forma de conexão entre as pessoas. O chamado "longo século XIX" conheceu uma notável ampliação no público leitor e uma extraordinária modificação tecnológica que alterou significativamente o modo de produção dos impressos e a relação com a cultura.
Os processos de globalização cultural desenvolvidos entre 1789 e 1914 serão o objeto central desta Escola São Paulo de Estudos Avançados, que se debruçará sobre os livros, impressos e espetáculos em circulação entre o Brasil, a França, Portugal e Inglaterra.